Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (17) pelo instituto Quest mostra que a ampla maioria dos brasileiros é contrária ao aumento no número de deputados federais, aprovado recentemente pelo Congresso Nacional. Segundo o levantamento, 85% dos entrevistados se opõem à ampliação de 513 para 531 cadeiras na Câmara, enquanto apenas 9% são favoráveis e 6% não souberam ou não responderam.
Além disso, a pesquisa mediu o grau de conhecimento da população sobre a proposta: 53% afirmaram estar cientes da aprovação, enquanto 44% disseram desconhecer a medida. O tema ganhou destaque nas últimas semanas, especialmente diante da indefinição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre como irá se posicionar.
Lula entre o veto e a sanção tácita
Segundo auxiliares do Palácio do Planalto, Lula já decidiu que não irá sancionar o projeto, mas ainda avalia se vetará formalmente o aumento ou permitirá a sanção tácita — que ocorre quando o presidente não se manifesta dentro do prazo legal, que se encerra nesta quarta-feira (17).
Aliados do presidente defendem o veto como uma forma de atender à opinião pública, majoritariamente contrária ao aumento, e reforçar a imagem de responsabilidade fiscal do governo. Por outro lado, ministros e líderes do Congresso avaliam que o veto poderia desgastar a relação entre os Poderes.
Impacto político
O diretor da Quest, Felipe Nunes, avaliou que um eventual veto de Lula poderia gerar reflexos positivos em sua imagem junto à população. “Em uma semana de vitórias políticas por conta da agenda internacional, faria muito bem à popularidade do Lula vetar o aumento de deputados. Resta saber se o governo tem condições de sustentar o custo político com o Congresso”, afirmou ao blog.
A ampliação de cadeiras na Câmara dos Deputados também repercute nos legislativos estaduais, pois influencia a redistribuição proporcional de vagas conforme o tamanho da população de cada estado — o que pode gerar impactos adicionais nos orçamentos públicos.
Agora, a expectativa recai sobre a decisão final do presidente, que deve ocorrer ainda nesta quarta-feira. Caso opte pelo veto, o Congresso ainda poderá derrubá-lo, como já ocorreu em votações anteriores.
Fonte: Meio News
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